quinta-feira, 12 de abril de 2012


O debate verde

O que a Rio+20, os oitenta chefes de Estado e as ONGs que estarão na conferência têm a ver com a sua vida

por Felipe Carneiro 


Entre os eventos internacionais previstos para este ano, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+20, já conquistou, com folgas, o título de mais grandioso. Durante cinco dias, entre 20 e 24 de junho, pelo menos oitenta chefes de estado e delegações de 120 países participarão de reuniões no Riocentro e no Museu de Arte Moderna (MAM) em que serão discutidas formas de erradicação da pobreza a partir de práticas econômicas sustentáveis. Ao mesmo tempo, representantes de organizações, ativistas e celebridades que encampam a causa ecológica cumprirão uma agitada agenda paralela. Tamanho acontecimento vem mobilizando a atenção das autoridades. Há duas semanas, o prefeito Eduardo Paes anunciou um feriadão como forma de aliviar o já caótico trânsito da cidade em meio aos debates e manifestações. Também lançou um apelo aos cariocas para que abram suas casas e seus apartamentos para acomodar os participantes, pois a rede hoteleira, mesmo com 10 000 quartos reservados, dá claros sinais de que não suportará tamanho afluxo, estimado em 50 000 pessoas. "Finalmente as pessoas se deram conta do que vem por aí", diz o secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc. "Cabe a nós agora refletir sobre o legado de um simpósio como esse."

A Rio+20, como o próprio nome indica, é um desdobramento de outra conferência da ONU realizada por aqui há duas décadas, a Eco 92. No entanto, se naquela época os ambientalistas pediam o fim da caça às baleias e o banimento da energia nuclear, o foco hoje é outro. O dedo em riste continua lá, assim como as cobranças aos governos e às corporações, mas os próprios militantes começam a baixar o megafone e partir para iniciativas práticas. Ao mesmo tempo, a preocupação com a natureza perdeu a pecha de "ecochatice" e passou a guiar a tomada de decisão em busca de melhor qualidade de vida. "Temos uma percepção mais consistente de quais são os problemas de fato e de que eles só serão resolvidos de forma descentralizada", avalia o economista Sérgio Besserman, especialista em políticas sustentáveis. Atenta a esse fenômeno, VEJA RIO apresenta nas próximas quinze páginas uma série de reportagens sobre como cada um de nós pode adotar condutas menos predatórias relativas ao uso de água e de energia, à disposição do lixo, ao transporte e consumo. Também mostra exemplos de cariocas que contribuem para a preservação de recursos naturais com atitudes simples. Afinal de contas, o melhor ambiente a ser preservado é aquele onde vivemos.

Fonte: Revista Veja Rio de 11 de abril de 2012.



3 comentários:

  1. Angela Merkel, David Cameron, Barack Obama; e, na semana passada, até o Parlamento Europeu, cancelaram a vinda à Rio+20. Alega-se que o alto custo das hospedagens no Rio de Janeiro vem impedindo o acesso de comitivas ao evento. Porém, sabe-se que por trás dessa justificativa, existe o fato da Rio+20 não ser uma convenção sobre o meio ambiente, como era o desejo da maioria dos participantes em potencial. A mudança de foco para a economia, mesmo sendo a 'verde', esvaziou as intenções de contribuição. Mas mesmo com cancelamentos de autoridades importantes, o governo brasileiro aposta em uma Cúpula de repercussão histórica.

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  2. Realmente, este evento pode nos deixar um legado muito importante. precisamos ser mais participativos e atuantes.

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  3. A notícia é bem informativa,pois em vésperas deste evento,ainda há a necessidade de levar as pessoas uma melhor divulgação,pois muitos ainda desconhecem que a Rio+20 é uma extensão da Eco-92 e que diferente da primeira que tratou do Meio Ambiente,esta vai tratar do grande conjunto que envolve a Sustentabilidade.

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